Por: Daniela Martinussi
No mercado imobiliário brasileiro, um conceito está se tornando cada vez mais popular: as propriedades multifamily. Inspirado no modelo dos Estados Unidos, esse tipo de empreendimento tem se mostrado atrativo para quem busca novas oportunidades de investimento.
Saiba mais a respeito desse interessante modelo, também chamado de build to rent (“construir para alugar”) e como ele impactou o nosso setor de imóveis.
O que são propriedades multifamily?
As propriedades multifamily são complexos residenciais que pertencem a uma única entidade, que pode ser pessoa física, investidora, grupo de investimento ou empresa.
A finalidade exclusiva desses complexos é oferecer as unidades disponíveis para quem deseja alugar, ou seja, não acontecem vendas nem outro tipo de transação ou ocupação.
Esse tipo de propriedade pode incluir amenities, como espaços de coworking, academias, áreas de lazer e segurança 24 horas, o que ajuda a atrair inquilinos que buscam conforto e praticidade.
Quais os benefícios da gestão centralizada das propriedades multifamily?
Propriedades multifamiliares diferem dos condomínios comuns, permitindo uma gestão eficiente e centralizada, e a oferta de serviços e infraestrutura que melhoram a qualidade de vida dos inquilinos, como acontece no setor hoteleiro.
Uma gestão centralizada facilita a manutenção e a prestação de serviços, garantindo uma experiência elevada de moradia ao inquilino. Esses pontos podem, ainda, resultar em economia nas despesas operacionais.
Como as mudanças socioeconômicas e culturais impactam as propriedades multifamily?
A constante e crescente demanda por imóveis de aluguel, principalmente entre pessoas jovens, reflete importantes mudanças nas preferências de moradia da população brasileira.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou, em pesquisa de 2023, que a propriedade de imóveis está em declínio desde 2016, ao contrário das locações, que vêm crescendo.
As condições de moradia no Brasil refletem disparidades econômicas significativas. Entre os 20% da população com menores rendimentos, 65,4% vivem em imóveis alugados, uma proporção ligeiramente superior à observada entre os 20% mais ricos, onde 64,2% habitam residências alugadas. Notavelmente, entre a população de menor renda, essa modalidade habitacional cresceu 4% desde 2016.
A faixa etária de 15 a 29 anos, uma fase em que muitos jovens deixam a casa dos pais em busca de independência, apresenta a maior concentração de moradores em imóveis alugados, atingindo 25,6%. Em contraste, a ocupação de imóveis cedidos sem pagamento de aluguel, é mais comum entre os mais jovens (11,3%), e menos frequente entre os idosos (4,7%). Para indivíduos com 60 anos ou mais, a posse de residência própria é predominante, com 83,9% vivendo em casas já pagas.
A pesquisa do IBGE também revela que mulheres sem cônjuge e com filhos menores de 14 anos possuem a maior proporção de moradia alugada, representando 33,0%, e em imóveis cedidos, correspondendo a 12,2%. No contexto econômico, moradias cedidas são mais comuns entre os 20% de menor renda (13,4%) e menos frequentes entre os 20% de maior renda (4,4%).
Essas estatísticas apresentam as diferenças nas condições habitacionais de diferentes grupos na sociedade brasileira, destacando os riscos dos segmentos mais jovens e de menor renda, que dependem do mercado de aluguel e de arranjos de moradia cedidos.
O impacto da pandemia
A pandemia de Covid-19 agilizou a transição de moradia própria para moradia alugada, enfatizando a necessidade de residências mais adequadas às necessidades individuais e familiares.
Ainda, o cenário pandêmico contribuiu para a elaboração de contratos mais flexíveis e com serviços inclusivos, semelhantes àqueles que são ofertados em redes de hotéis.
Dessa forma, o modelo multifamily revela-se muito atrativo quando comparamos com as locações convencionais. Vale ressaltar que as propriedades multifamily podem ser personalizadas, criando conexões com determinados públicos: jovens solteiros, famílias pequenas ou idosos.
Quais as perspectivas de crescimento das propriedades multifamily no Brasil?
Mesmo que o modelo build to rent ainda não tenha amadurecido no Brasil, diferentemente do que ocorre nos Estados Unidos, onde o modelo já está consolidado, há tendência de crescimento em nosso país.
A busca constante por conveniência, flexibilidade e qualidade de vida contribui para esse crescimento. O retorno financeiro que os empreendimentos podem gerar também favorece o impulso nesse segmento do mercado imobiliário.
Por que as propriedades multifamily estão atraindo cada vez mais investidores?
Os projetos multifamiliares estão cada vez mais atraindo a atenção dos investidores que atuam com fundos de investimento imobiliário. Com a expectativa de taxas de juros mais baixas e controle inflacionário, esses empreendimentos oferecem uma estrutura simplificada, que reduz gastos e facilita as decisões de investimento.
Além disso, eles proporcionam retornos atraentes quando comparados com os retornos do aluguel tradicional, o que torna esses projetos ainda mais interessantes para os fundos.
Depois de toda a análise, confirmamos que o mercado imobiliário apresenta uma crescente atratividade dos projetos multifamiliares, que têm conquistado a atenção dos investidores, das empresas e de outras pessoas do setor. Essa tendência se fortalece em um cenário econômico promissor, com a expectativa de redução das taxas de juros e controle inflacionário.
Essa combinação de fatores (simplificação operacional, expectativa de melhoria das condições macroeconômicas e retornos atraentes) torna as propriedades multifamily uma opção que promete crescimento rápido. À medida que a tendência se fortalece, é provável que observemos uma maior consolidação e expansão desse segmento no mercado.
Vale reforçar que diante de todo esse contexto, uma boa consultoria imobiliária jurídica torna-se um fator essencial para quem cogita investir nas propriedades multifamily. O /asbz é um escritório com grande expertise na área, que pode ajudar investidores e empreendedores do setor imobiliário a analisar essa opção de investimento.
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